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terça-feira, 19 de agosto de 2014

Dilma é evasiva em questões polêmicas e entrevista vira palanque para governo


19 de agosto de 2014

por Luiz Fernando Teixeira


Foto: Gabriel Souto/ TV Globo

Candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, que busca a reeleição, concedeu uma entrevista tensa ao Jornal Nacional, na Rede Globo, na noite desta segunda-feira (18). A presidente se esquivou de questões polêmicas relacionadas à corrupção no seu governo, marcado por escândalos em diversos ministérios comandados por aliados e por duas CPIs relacionadas à administração da Petrobras. "Não nos descuidamos da ética", afirmou Dilma antes de elencar diversas ações do seu governo de combate à corrupção, como a criação da Corregedoria Geral da União (CGU), da Lei de Acesso à Informação e do Portal da Transparência, além de liberdade para ações da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF). "Nem todas as denúncias resultaram em condenações. Muitos dos que foram identificados foram inocentados e algumas pessoas se afastaram por ser difícil resistir à pressão", alegou a petista ao defender os membros da sua cúpula envolvidos em sucessivos "mal feitos", como ela costumou batizar os deslizes de aliados. Dilma se recusou a responder ao questionamento sobre a permissividade do PT em relação aos membros do partido condenados no julgamento do mensalão e chegou a ter um leve desentendimento com seus entrevistadores. "Sou Presidente da República. Não julgo ações do Supremo, enquanto eu for presidente não externo opinião sobre isso. Não vou tomar posição que me coloque em conflito, isso não é uma questão subjetiva", declarou. Dilma também evitou confronto ao falar sobre a troca de ministérios, citando o caso do baiano César Borges, que era ministro dos Transportes e hoje é o titular da Secretaria dos Portos. "Os partidos podem fazer exigências, mas só aceito quando considero que ambos os envolvidos são íntegros, competentes e tem tradição na área. Se troquei é porque confio neles", defendeu-se. A presidente admitiu que a saúde é deficitária no país, mesmo após 12 anos contínuos do PT no poder. "O Brasil precisa de uma reforma federativa para dividir as responsabilidades federais, estaduais e municipais", afirmou, depois de esclarecer que há apenas um número mínimo de médicos para trabalhar no atendimento básico e que após o Programa Mais Médicos, 50 milhões de brasileiros foram contemplados. Quanto à economia, a postulante defendeu que seu governo foi o primeiro que enfrentou uma crise sem "arrochar o salário" dos contribuintes e que os índices antecedentes apontam uma melhoria no segundo semestre, além de queda na inflação. Dilma encerrou dizendo que foi eleita para dar continuidade aos avanços do governo Lula, e que "ao preparar o Brasil, criamos as condições para colocá-lo no centro de tudo". "Queremos continuar a ser um país de classe média", concluiu.

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