martins em pauta

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Coisas de Mossoró:Quando Silveira Júnior encontra Odorico Paraguaçu

Coisas de Mossoró...

Dinarte Assunção (Portal Noar)

Fábrica de enredos memoráveis, Mossoró nos brinda com mais uma história dantesca.



Ataúde com logomarca da prefeitura leva o morto às profundezas (Foto: reprodução)

Amanhecemos com a revelação de que a administração municipal ordenou o timbre da gestão nos ataúdes distribuídos a quem por eles não pode pagar.

Um caixão em si já vem coberto de dores. Timbrado pela administração se cobre de uma perplexidade que indigna e questiona: qual a necessidade de, até na morte, lembrar ao mais carente a relação de dependência que tem com o mandatário do momento encastelado no Palácio da Resistência?

Os feitos de Silveira Júnior me remeteram a Odorico Paraguaçu, o cômico prefeito de O Bem-Amado que transformou em obsessão seu desejo em inaugurar o cemitério de Sucupira.

Silveira e Odorico estão separados da realidade e ficção por uma fina camada de ironia.

Em morte, Odorico realizou seu desejo. Seu esquife desceu à terra e inaugurou o cemitério.

Em vida, Silveira vê o símbolo de sua gestão se confundir com caixões que encerram a própria morte.

É intrigantemente curioso.

Sobretudo quando a morte política se avizinha sobre a gestão do homem que prometeu fazer tudo diferente e repete, evocando Gabriel Garcia Marquez, os erros das extirpes que condenaram Mossoró à eterna solidão.

Nota do Blog – Como eu lamento, como profundamente lamento, meu caro Dinarte.

Lamento que tudo e muito mais do que isso venha acontecendo.

Hoje, a Câmara Municipal chegou a debater essa situação bizarra e nem a base do governo conseguiu defendê-lo. Foi contra também.

Pobre Mossoró!

Faltou apenas o personagem “Tristão de Ataúde” em cena, figura criada pelo genial Chico Anysio, ou “Bento Carneiro, o vampiro brasileiro”.

Cruel, muito cruel!




Fonte: Carlos Santos

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