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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Último foragido da Operação Lava-Jato pretende se entregar hoje segunda em Curitiba

Segunda, 24 de novembro de 2014




Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades, vai se entregar à Polícia Federal do Paraná, em Curitiba, hoje segunda-feira, levado por sua advogada Joyce Roysen. Ele é considerado foragido pela Justiça do Paraná há quinze dias, quando teve a prisão temporária decretada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, como suspeito de integrar o grupo criminoso investigado pela operação Lava-Jato, que desviou pelo menos R$ 10 bilhões da Petrobrás, em licitações fraudadas e obras superfaturadas, com a participação das 13 grandes empreiteiras brasileiras. Negromonte é acusado de transportar "malas e sacolas" contendo grande quantidade de dinheiro, "em espécie", do escritório do doleiro Alberto Youssef, a políticos e empresários que participavam do esquema de corrupção em torno da Lava-Jato. Em nenhum momento se fala no envolvimento de seu irmão no esquema. Ultimamente, Adarico vem residindo em Registro, no litoral Sul de São Paulo e tem "quase 70 anos", como diz sua advogada na petição encaminhada ao juiz Sérgio Moro na última quinta-feira, na qual pede que a prisão temporária dele seja revogada e que ele possa prestar depoimento à PF nesta segunda-feira em liberdade. Joyce Roysen protocolou o pedido de revogação da prisão temporária porque se ela não for revogada, Negromonte terá que ficar na carceragem da PF pelo menos até a próxima sexta-feira. Isso se o juiz Moro não acatar o pedido do Ministério Público Federal (MPF), que deseja que ele tenha prisão preventiva decretada (fica preso de forma indefinida, até que a prisão seja revogada pelo juiz ou pelo Tribunal da 4 Região, em Porto Alegre). No seu pedido, a advogada diz que seu cliente "vem sendo considerado como "foragido da Justiça, o que não é condizente, pois em momento algum foi realizada diligência em sua residência na cidade de Registro, para o cumprimento da medida coercitiva". 


PF não o encontrou em casa: - Assim, o requerente, por não suportar mais as mazelas da prisão temporária decretada por Vossa Excelência, por intermédio de suas advogadas, entrou em contato com a Polícia Federal de Curitiba e informou que se apresentará nesta segunda-feira, dia 24, a fim de que possa contribuir com as investigações criminais", diz a petição da advogada. Ele apela para a idade avançada de Negromonte. "Afora isso, ratifica-se que a liberdade do requerente é de quase 70 anos de idade, ele é primário, tem bons antecedentes, possui residência fixa e ocupação lícita, e nada poderá influenciar sobre a coleta de provas que ainda resta a ser feita, razão pela qual, reitera-se que o enclausuramento a princípio decretado por Vossa Excelência, não se mostra imprescindível para o prosseguimento das investigações criminais". O depoimento em liberdade dificilmente acontecerá pois o juiz nada despachou até este domingo. 


Caça ao Tesouro - Paralelamente aos depoimentos, a Justiça do Paraná intensifica esforços para localizar o dinheiro que os executivos das construtoras desviaram fraudulentamente da Petrobras. Na sexta-feira, o juiz Sérgio Moro pediu ajuda internacional para localizar no exterior, em paraísos fiscais, contas dos ex-diretores da Petrobras, de funcionários da estatal e dos executivos suspeitos de participarem do cartel que fraudava as obras da empresa. O juiz quer repatriar esse dinheiro. Um dia antes, inclusive, o juiz determinou o bloqueio das contas dos empresários em bancos brasileiros, que tivessem como saldo até R$ 20 milhões. Muitos zeraram as contas, mas outros tiveram valores elevados bloqueados A Justiça do Paraná conseguiu bloquear R$ 47,8 milhões de 16 empresários e de três empresas de Fernando Baiano, o lobista que atuava na Petrobras em nome do PMDB. O partido nega. Baiano teve bloqueadas contas no Brasil no valor de R$ 8,5 milhões, em nome de suas empresas, a Technis e a Hawk Eyes. O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, preso preventivamente em Curitiba, teve bloqueadas contas no valor de R$ 3,2 milhões. Alguns empresários zeraram as contas, mas outros foram menos espertos. O Banco Central bloqueou R$ 10,2 milhões em nome de Ricardo Pessoa, presidente da UTC, e R$ 22 milhões de Gerson Almada, da Engevix. Mas um dia antes de ser preso, Almada enviou R$ 15 milhões para os Estados Unidos, onde mora uma filha. Seu advogado Tofic Simontob, diz que o dinheiro saiu de forma legal e que era para a filha usar na reforma de um hotel que ele tem nos EUA. A PF vê sinais de que a operação vazou na véspera para os executivos das empreiteiras. Na sexta-feira, o Bradesco informou a Moro que bloqueou outros R$ 33,5 milhões em fundos de investimentos e planos de previdência dos executivos presos, totalizando R $ 81,3 milhões bloqueados, o que é muito pouco considerando que os valores movimentados pela quadrilha operada pelo doleiro Yousssef movimentou mais de R$ 10 bilhões. (O Globo)

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